COMBATENDO A TIMIDEZ

Autora: Vanessa Siuves

No Colégio Logosófico, vivo diariamente muitas experiências que possibilitam conhecer-me cada vez mais, pois, ao ajudar meus alunos, vou palpando com as mãos do entendimento os recursos internos que já possuo e, ao mesmo tempo, vislumbrando os que preciso conquistar.

Em sala de aula, estou sempre atenta aos alunos que se mostram tímidos e recordo as dificuldades vividas na minha infância com esse pensamento-deficiência, a timidez, que me causava sofrimento, por impedir-me, muitas vezes, de participar de inúmeras atividades escolares. Sentia-me presa pela dificuldade.

Sempre procurei dar maior oportunidade de participação a essas crianças, infundindo-lhes muita valentia, informando suas famílias sobre o trabalho que estava realizando. Ao mesmo tempo, sempre procurei envolvê-las na busca das causas dessa deficiência psicológica, pois a criança deve ser participante ativa em seu processo de superação. Percebia em algumas delas um forte medo de errar, especialmente frente aos demais. Acabavam, então, sendo muito exigentes consigo mesmas. Aos poucos, com a ajuda de suas famílias, íamos alcançando alguns bons resultados.

Recentemente, tive a oportunidade de escolher duas crianças para cumprirem a função de recepcionistas numa festa da Escola. Logo veio à minha mente o pensamento de chamar aquelas que precisavam debilitar a timidez. Conversei com suas famílias sobre o objetivo da atividade e que contava com seu apoio para ajudar as crianças nesse esforço. Assim foi feito e as crianças ficaram muito felizes ao perceber que, de forma prazerosa, estavam vencendo aquele pensamento-deficiência. Mas, ao ver uma dessas crianças com muita dificuldade para se expressar, recordei-me da menina que fui: insegura, temerosa e triste. Não sou mais assim e sou grata pelo que já alcancei. Sei que devo isso aos elementos logosóficos aplicados à minha vida e às inúmeras oportunidades que a Obra Logosófica me ofereceu, de expressar-me oralmente em ambiente de respeito e afeto.

Logo que cheguei à Fundação Logosófica, recebi uma oportunidade de participar da coordenação de uma reunião com vários outros estudantes de Logosofia. No primeiro momento, tive vontade de ir embora, mas os estímulos recebidos, possibilitaram-me enfrentar minhas dificuldades e dar início ao combate, em mim, da timidez, ao mesmo tempo em que iniciava o cultivo da valentia. Sei que a timidez ainda persiste, mas já não tem a força de outrora. Sou bem mais valente que antes.

Por isso, quando percebo, por exemplo, um momento de dificuldade de convivência entre algumas crianças por timidez, busco incentivá-las a descobrir, por si mesmas, a razão daquela dificuldade, falando-lhes, ao mesmo tempo, sobre a importância do cultivo da valentia.

No início, elas têm muita dificuldade, mas depois de ouvirem minha história, acabam se decidindo a olhar para dentro delas mesmas para descobrirem as causas daquela atitude e, ato contínuo, cultivar a valentia.

Quando vivo algo parecido, lembro-me delas e sinto-me estimulada a fazer o mesmo. E como fico feliz ao conseguir, pois é a oportunidade de enxergar-me como sou e mudar minha conduta! Esse exercício me faz ser consciente de que, no meu dia a dia, tenho que ficar atenta para não perder as inúmeras oportunidades de conhecer-me e tornar-me melhor.

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